domingo, 2 de novembro de 2008

Atemporais

Gosto dos assuntos atemporais. Gosto de falar de coisas não datadas. Gosto de tratar das coisas sem agenda, do natal no carnaval. Gosto do frio no verão, do calor de uma canção, num dia de luar. Pleno sol, futebol, mal de amor, sensações, de seguir instruções pra não ser triste assim.

Gosto dos imensos contra-sensos. Da calada concordância de que existe diferenças gritantes entre nós. Dos silêncios do depois. Gosto das manhãs, das sombrias tardes, das noites poluídas de luz. Gosto de sentir tua ausência tão presente quando sais. Gosto porque gosto. Gosto de gostar. De ti.
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© Ronaldo Souza - 2008

sábado, 24 de maio de 2008

O maior dos crimes


Já escrevi sobre esse assunto, não lembro quando nem aonde. Se volto a ele é pela importância que a ele dou: considero a mentira o maior dos crimes. Pois nesses últimos tempos, tenho visto gente que ultraja os mentirosos, gente que mente com tamanha cara de pau que faria corar ao maior pinóquio.

Por detrás de todos os outros crimes está a mentira. Ninguém mata, rouba, engana, ou comete qualquer ilícito sem também mentir. Ao menos mente para a sua consciência. Essa semana assisti a uma mentira das grandes: um cara dizer que anexou "sem querer" um anexo a um email é demais!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

(De)Igualdades

Tratar igualmente os desiguais não é agir com o melhor espírito de justiça. Sou um fervoroso defensor das cotas sociais para ingresso nas universidades brasileiras. A adoção do mecanismo está longe de ser a melhor solução para os nossos graves problemas decorrentes da má distribuição da renda nacional, mas é o paliativo possível no momento.

Não há como se pretender que alunos oriundos de escolas com níveis diferentes de ensino básico, a excelência do ensino privado comparada a catástrofe em que se encontra o ensino público, possam competir em igualdade por vagas universitárias. Ao contrário do que defendem alguns, este não é um problema racial, mas social.

Aos que defendem a tese das cotas raciais, argüindo a pouca quantidade de alunos negros no ensino superior, as cotas sociais atendem a demanda pela simples constatação de que os negros também são maioria quando o critério é social.

Seja qual for o critério adotado sempre será um paliativo, o problema só sera resolvido quando a educação deixar de ser palavra na boca de políticos e governantes e se tornar uma realidade para todos.