quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

(De)Igualdades

Tratar igualmente os desiguais não é agir com o melhor espírito de justiça. Sou um fervoroso defensor das cotas sociais para ingresso nas universidades brasileiras. A adoção do mecanismo está longe de ser a melhor solução para os nossos graves problemas decorrentes da má distribuição da renda nacional, mas é o paliativo possível no momento.

Não há como se pretender que alunos oriundos de escolas com níveis diferentes de ensino básico, a excelência do ensino privado comparada a catástrofe em que se encontra o ensino público, possam competir em igualdade por vagas universitárias. Ao contrário do que defendem alguns, este não é um problema racial, mas social.

Aos que defendem a tese das cotas raciais, argüindo a pouca quantidade de alunos negros no ensino superior, as cotas sociais atendem a demanda pela simples constatação de que os negros também são maioria quando o critério é social.

Seja qual for o critério adotado sempre será um paliativo, o problema só sera resolvido quando a educação deixar de ser palavra na boca de políticos e governantes e se tornar uma realidade para todos.