sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Obamania

Essa nova onda, a Obamania, que vem exaltando um futuro governo norte-americano e que até o momento - e como era o esperado - só está tratando de formar a sua equipe administrativa, é mais fruto do esgotamento e da aversão crescente ao atual governo de George Bush do que qualquer mudança efetiva que tenha ocorrido.

Esse excesso de expectativa no sucesso - ou a urgência desse sucesso - do futuro governo aumenta muito a pressão sobre Obama, apressando a adoção de medidas corretivas nos dois principais problemas que o país vem enfrentando:  os desvios na política econômica e na política de relações internacionais do país.

Embora o bom senso recomende que não se deve esperar milagre de quem não é santo, nessas horas de crise todos tendem a esquecer os mandamentos da razão e do juízo. Depositando fundadas e infundadas esperanças numa mudança mágica, norte-americanos e não ianques esperam por São Barack.

Dizem que quanto maior o pedestal, maior o tombo. Se a responsabilidade ao erigir tão alto grau de espectativa não é só de Obama, o seu lema vitorioso, o positivismo contido no "Yes, We can!" acendeu o desejo e acenou para o povo com a possibilidade de que tudo é possível. Acreditar na impossibilidade do impossível é o primeiro passo para a decepção.

Uma outra face da moeda é a realidade de que nem tudo é possível a um presidente, isso porque, independente da sua vontade, existem forças maiores e mais fortes do que o poder presidencial. Querer não acreditar nisso é acreditar em contos de fadas. São famosos os fracassos e os desastres dos presidentes que quiseram mandar mais do que podiam ou deveriam...

Todos anseiam e esperam pelas mudanças, mas o próprio Obama já tem alertado que "nem tudo será fácil, nem tudo será imediato, só bastou afirmar o óbvio, nem tudo será possível. Seu verdadeiro lema deveria ser "Yes, We can almost everything!".

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